terça-feira, 10 de junho de 2014

36# Resenha: A Casa de Avis - Calicute | Marcelo Mússuri



Autor: Marcelo Mússuri
Editora: Novo Século (Novos Talentos da Literatura da Brasileira)
Páginas: 376
Sinopse: Jaime, filho do Duque de Bragança, o homem mais rico e influente de Portugal, tem apenas seis anos quando o pai é condenado à morte e degolado na praça de Évora. Após ser obrigado a assistir a execução, é enviado ao estaleiro da cidade de Lagos, para ser esquecido e desaparecer definitivamente. O menino resiste e se junta a um pequeno grupo de carpinteiros naquela extenuante rotina de trabalho. Até que uma doença devastadora aniquila a tripulação das caravelas destinadas a cruzar o extremo sul do mundo em busca do caminho para as Índias. O ano era 1488 de Nosso Senhor Jesus Cristo, e Jaime não poderia imaginar que sua vida estaria intrinsecamente ligada à maior aventura de sua nação. Apoiado em verdades históricas, esse romance de tirar o fôlego desvenda os segredos das intrincadas relações de poder na Corte portuguesa no final do século XV, as sangrentas batalhas medievais, as ordens religiosas e seu extraordinário poderio militar, as fantásticas viagens oceânicas, seus perigos, desastres e a promessa de fortunas 





O livro se passa em Portugal, mais ou menos na época antes do descobrimento do Brasil.

Logo no início somos apresentados a Jaime, filho do Duque de Bragança, que é obrigado a ver a morte de seu próprio pai em meio a uma praça pública. Após isso o garoto é levado à cidade de Lagos para trabalhar em um estaleiro na construção de navios. Nesse momento somos apresentados aos irmãos Dias e Diogo, eles viram a morte de do pai de Jaime e (após umas espadadas e umas orelhas arrancadas) se juntam ao grupo que está levando o garoto para Lagos. Os irmãos deixam Jaime no estaleiro e partem.

" O rei parou de girar a espada por um instante, olhou para o garoto sentado aos seus pés e, tentando ser o mais bondoso possível, disse:
- Viu, criança, isso acontece com quem esquece o seu lugar."

A partir daí a estória para e nós somos direcionados ao passado onde conhecemos a estória dos príncipes D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e do bastardo D. Afonso (quanto "D.", hein?). E temos guerra, sangue, lutas, traições, conspirações, todo esse conjunto de acontecimentos que enriquecem uma trama épica como esta.

Mais uma vez a estória muda e voltamos ao tempo de nosso protagonista, Jaime, agora com 12 anos. A cidade de Lagos está atualmente sobre o domínio de uma peste que mata centenas de pessoas por dia. Dias e Diogo perderam sua tripulação por causa disso e eles não podem embarcar em um navio rumo as índias sem tripulação, o que eles fazem? O óbvio, pegar um grupo de trabalhadores que nunca entraram em um barco e levá-los como tripulação, ideia maravilhosa (SQÑ). Depois disso temos muitas aventuras e rodeios em alto-mar, gente vomitando, morrendo, perdendo o juízo, essas coisas.

"Sessenta homens sairiam pelos portões prontos para morrer, sessenta homens sairiam daqueles portões liderados pelo próprio diabo."

Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa estranha, ao mesmo tempo que eu adoro romances eu também amo estórias épicas com guerras, lutas, conspirações e tal. A Casa de Avis foi uma boa leitura para mim. Assim que eu o peguei pensei que seria mais um livro daqueles cheio de detalhes e com uma leitura chata e cansativa, mas não! Essa expectativa desapareceu logo na segunda página que me fez rir muito.

Nota-se durante toda a leitura que o autor pesquisou muito antes de escrever o livro, costumes e fatos da época estão presentes em toda a obra, além do nome personalidades que conhecemos bem, como Álvares Cabral e Vasco da Gama, isso prova que alguns fatos citados no livro realmente aconteceram. 

Em relação aos personagens. Apesar de ser o protagonista, o livro quase não falou do Jaime, somente no final ele é realmente o centro das atenções, mas na maioria do tempo o livro aborda a vida de outros personagens, como os irmãos Dias e Diogo e o amigo deles, Lopo. O que não me agradou foi o fato que em momentos da trama alguns personagens fazem coisas sem sentido ou motivo aparente.

No começo eu falei do meu medo do livro ser muito detalhado, bem, o autor acertou na maior parte das descrições, entretanto em alguns momentos ele descreve coisas que não necessitam ser descritas. Tem uma parte que ele fala da armadura dos personagens, quase um parágrafo inteiro, pra que isso?!

E, coincidentemente, na minha aula de História da semana passada, fui revisto os assuntos relacionados a época do livro e eu pude notar que esses assuntos sobre Portugal antes do descobrimento do Brasil são muito pouco trabalhados em sala de aula e em livros também. Por isso eu recomendo este livro para quem quiser dar uma aprofundada nesses aspecto (é minha gente, já que é pra estudar, pelo menos faça de uma maneira divertida :-D).

Este livro pode ser lido por qualquer um, pois o autor usou uma linguagem atual nos diálogos do livro, sem aquela coisa arcaica.

Minha notinha é um 4. 
P.S.: Esta resenha também está disponível no blog Vitamina de Pimenta (Clique Aqui)



Um comentário:

  1. Ah, esse livro deve ter um contexto histórico maravilhoso. Gosto de histórias que se passem em Portugal. Adorei sua resenha!!! Fiquei bem curiosa!

    Beijos, Rob
    http://estantedarob.blogspot.com.br/

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