terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

13# Resenha: Codex Popul-Vuh: Ramo de Folhas | Francisco de Sousa


Autor: Francisco de Sousa Vieira Filho
Editora: Dracaena
Páginas: 336
Sinopse: Apenas a sombra do réu permanece presente nas ausências. E antes fosse uma sombra viva, genuína, que se renova com o que de novo traga o dia-a-dia e a convivência, mas não, é uma sombra outra, maculada pelo filtro da memória, mera cópia — a imagem imperfeita e seletiva que temos e fazemos de quem amamos. O amor mesmo não é mais que apenas um sentir ‘nosso’, muito pouco tendo a ver com o outro, com o ser amado. No fim das contas, vivemos todos isolados, e o contato nada mais é que mera ilusão. Cada um de nós vive em sua própria redoma, sua própria caixa. Somos incomunicáveis. E a mente talvez seja esta redoma, esta caixa, este cubo sem janela. Nada pode penetrar, e dela nada sai. Comunicação inexiste. Fazer vibrar na caixa acústica seria talvez nossa pouca, vã e rústica tentativa de romper o silêncio e o isolamento, embora pouca nota diga, ou pouco possa dizer. Nada sai, nada pode penetrar. Sola mente só. E é certo que os cubos, por vezes, podem até arranhar um ao outro. Mas o barulho e o rangido que produzem inda dizem pouco, muito pouco.



"Assim como a branca é a cor que reflete todas as demais, o Bem É. O mal, do mesmo modo que a preta representa a ausência de cor, nada mais é que a ausência do Bem. E assim sendo, o mal não-é; é, tão-somente, o vazio resultante do distanciamento do Bem, o nada." (pg. 136)

Codex Popul-Vuh é um livro de contos e crônicas, ele é o terceiro trabalho do Francisco de Sousa, sendo seus outros dois trabalhos livros de poesia.

Antes de começar quero avisar que por este ser um livro de contos não vou falar de cada conto um por um, pois a resenha seria extremamente comprida e ficaria muito cansativa de ler.

Muitas das histórias do livro apresentam um pouco do sobrenatural, assim como outras histórias apresentam situação do nosso dia-a-dia. O autor retratou o mais variados assuntos no livro, solidão, amor, conhecimento, sabedoria, fé, crença, homossexualidade, entre outros. 

Logo na capa e no começo do livro o autor faz referência a cultura Maia, tanto pelo título do livro quanto pelas histórias presentes no livro. A cultura Maia foi muito bem explorada pelo autor, principalmente no último conto do livro, sendo este o mais comprido, com cerca de umas 90 páginas, ele também foi um dos meus preferidos.

Os contos do livro, para mim, não tem nenhuma ligação, pelo que soube, o autor escreveu a maioria deles em anos diferentes de sua vida, logo não apresentam ideias ou histórias parecidas, assim não fica aquela coisa repetitiva, como vemos em muitos livros de contos.

O livro tem uma boa diagramação, as folhas amareladas, letras em bom tamanho e sem erros de digitação, exceto o sumário do livro que está todo errado (fiquei quase doido tentando me guiar por ele).

O que mais me chamou a atenção na parte física do livro foram as ilustrações, todas são lindas. Segundo o que o autor me disse elas foram feitas por um desenhista brasileiro e por outro desenhista egípcio (gente, arrasou! *-*). Deem uma olhada nas fotos abaixo para vocês verem como são bonitas.





No final do livro o autor ainda apresenta uma grande quantidade de citações, pensamentos e reflexões suas, como o próprio disse, tudo o que ele possuí esta neste livro.

"... - Companheiros! Companheiros! Somos soldados... e devemos lembrar sempre... no combate, se ainda sentirem dor, não temam... a dor é boa e nossa aliada... - Só sente dor quem ainda está vivo!" (pg. 253)

Este livro me fez rir, ficar com raiva, quase chorei! Recomendo sua leitura para todas as idades, vale muito a pena.

E, sinceramente, como estudante acho que as escolas poderiam adotar este livro para uso acadêmico, principalmente nas disciplinas de sociologia e filosofia, pois ele apresenta muitas questões que seriam ótimas para debates e que muitas vezes estão relacionadas ao conteúdos estudados. 

Bem, chegou a hora de dar a nota, eu resolvi dar a nota por conto, sendo que nenhum deles foi menos que bom para mim.

5 contos com nota 3
8 contos com nota 4
8 contos com nota 5
Meu conto preferido foi 'Skäld'
O conto que menos gostei foi 'Deja Vú'

Sendo assim fazendo a média, minha nota geral é 4.


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